PM que matou jovem se apresenta e alega ‘legítima defesa imaginária’

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 13/12/2018 16:20

 A defesa do soldado Vieira, responsável pelos tiros que mataram o jovem Fausto Targino de Moura Júnior, de 25 anos, e deixaram outro ferido, na noite dessa quarta (12), negou que o policial estivesse prestando serviço de segurança no momento do crime, que aconteceu em frente a uma pizzaria no bairro Jardim Oceania, em João Pessoa. O policial já se apresentou à Polícia Civil para prestar esclarecimentos e foi liberado.

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“Ele é um bom policial, não tem problema de indisciplina, não tem problema com droga. Ele realmente imaginou que estivesse acontecendo um assalto. É preciso esclarecer que o policial não é segurança da pizzaria e não estava exercendo ali qualquer tipo de atividade. Ele foi encontrar o irmão, este sim é um dos funcionários”, disse o advogado Luiz Pereira.

Policial ‘imaginou’ situação de crime

A defesa do policial, que atua no Batalhão de Choque, alegou que antes de atirar nas vítimas, o soldado teria dado voz de prisão às pessoas a quem considerou suspeitas. O advogado lamentou a perda de uma vida inocente e classificou a atitude do policial como “legítima defesa imaginária”.

“O policial estava em estacionamento próximo à pizzaria quando viu dois homens chegar em atitude suspeita e ficou de olho nessas duas pessoas. Instantes depois, chegou um carro e essas duas pessoas foram até o veículo, cada uma por um lado. O policial chegou a ver uma das pessoas do carro entregando um material às que estavam de fora e aí ele resolve agir por impulso. Dá voz de prisão e manda parar, mas as pessoas que estavam ali sem cometer nenhum tipo de crime continuaram agindo porque não entendiam sequer que aquela voz era uma voz de parada para eles. Aí o policial resolve disparar um tiro de comprometimento, que não é tiro pra matar, mas para impedir uma situação suspeita. Ele agiu naquilo que a gente chama de legítima defesa putativa, uma legítima defesa imaginária”, acrescentou Luiz Pereira.

‘PM fugiu para evitar tragédia maior’

O advogado justificou ainda que o policial fugiu da cena do crime porque teve medo de ser alvo de agressão popular, o que, consequentemente, na versão da defesa, levaria o suspeito a disparar mais tiros.

“Na gritaria, ele achou por bem se ausentar do cenário porque imaginou que os amigos das vítimas pudessem investir contra si num linchamento e aí ele teria que usar sua arma para se defender. Com sua ausência, ele evitou que a tragédia se aumentasse”, disse.

Entenda o caso

Fausto Targino de Moura Júnior chegou à pizzaria em uma motocicleta, acompanhado por um colega, ao mesmo tempo em que outros conhecidos chegavam em um carro conduzido por motorista de aplicativo. Após estacionar a moto, Fausto e o colega caminharam em direção ao grupo que estava no automóvel. Neste momento, um suposto vigilante da pizzaria – que depois revelou-se ser o PM investigado – abriu fogo.

Os tiros atingiram Fausto e o motorista de aplicativo. Os dois foram socorridos para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Fausto Targino de Moura Júnior morreu horas depois. Já o outro baleado, um jovem de 22 anos, seguia internado até a manhã desta quinta-feira (13). Conforme boletim médico, o estado dele é grave.

 
 


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