Em sessão polêmica, CMJP aprova título de cidadão pessoense ao presidente Jair Bolsonaro

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 21/03/2019 11:05
De propositura do vereador Carlão (PSDC), o título foi concedido com doze votos favoráveis contra três.
De propositura do vereador Carlão (PSDC), o título foi concedido com doze votos favoráveis contra três.

 Em sessão tumultuada  na manhã de quarta-feira (20), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), foi aprovado o título de cidadão pessoense ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A propositura foi do vereador Carlão (DC). Ao todo, foram 12 votos favoráveis à concessão da honraria contra apenas três e duas abstenções.

Mesmo aprovado, o projeto foi alvo de polêmicas por parlamentares que acreditaram que a votação não havia atingido os dois terços exigidos pelo regimento.

 

Autor do requerimento, o vereador Carlão da Consolação afirmou que a eleição do parlamentar para Presidência da República reforça a justificativa para concessão da honraria. “Ele tem ações importantes para João Pessoa e Paraíba. Ele já aprovou mais de R$ 50 milhões que serão destinados a mais de 117 mil famílias paraibanas que trabalham com agricultura familiar”, disse.

 

Ainda segundo Carlão, na época da elaboração do projeto, as justificativas para a homenagem eram os conceitos e valores da chamada ‘nova política’, proposta pelo então deputado federal do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro. “Passaram-se dias e esse homem tornou-se Presidente da República, trazendo coisas boas para o Brasil, como a exoneração de 20 mil cargos comissionados e a promoção da confiança na economia brasileira. Ele vem lutando incansavelmente contra a corrupção. Este é o momento de fazer esse ato político, de fazer o Presidente da República cidadão pessoense”, justificou Carlão.

 

O vereador Dinho (PMN) tratou de chamar de injustiça uma possível reprovação. O mesmo citou que, a Casa, já havia dado um título anteriormente ao ex-presidente Lula e que, o resultado nas urnas, mostrava o quanto a população de João Pessoa queria essa aprovação. “Nessa casa está havendo uma injustiça de muito tempo, porque esse projeto é totalmente constitucional… Passou as eleições e o resultado está nas urnas. Jair Bolsonaro, que na época era deputado federal e hoje é presidente da República, então não adianta, é a democracia. Vale salientar que essa Casa já aprovou título ao ex-presidente Lula”, afirmou.

OPOSIÇÃO

O vereador Marcos Henriques (PT) contestou a propositura. “Primeiro ele aprofunda uma reforma trabalhista, depois ele idealiza uma reforma previdenciária que vai penalizar os mais pobres, a grande verdade é essa. Eu acho que João Pessoa não merece está homenageando um miliciano”, disse.

 

O vereador Tibério Limeira (PSB) afirmou que João Pessoa está envergonhando o Brasil, já que foi a única capital que aprovou o título ao presidente. “Eu quero registrar que sou contrário, porque afinal de contas, João Pessoa vai envergonhar o Brasil, vai ser a primeira capital a conceder um titulo a um presidente que em três meses envergonhou o Brasil mais do que qualquer outro; não sabe de economia, não sabe de nada, além de estar envolvido em vários processos e passando vergonha nos Estados Unidos”, afirmou.

 

Sandra Marrocos vestida com a camisa com o “Ele Não” (Olenildo Nascimento)

 

 

 

 

A vereadora Sandra Marrocos (PSB), que foi a sessão vestida com camisa com os dizeres “Ele Não”, em referência negativa a Bolsonaro,  defendeu que não há motivos para a aprovação da cidadania pessoense. “O programa Mais Médicos vai ser extinto nas capitais e regiões metropolitanas, João Pessoa vai perder 48 médicos e médicas. O governo entrega a base de Alcântara, perdemos várias concessões. Este é um debate de consciência”, afirmou.


POLÊMICA

Depois de encerrada a sessão, parte da oposição comemorou o resultado alegando que não houve votação suficiente para ser aprovada. Durante a sua declaração de voto, a vereadora Eliza (PSDB), contestou a interpretação e usou o Regimento da CMJP para resguardar o resultado. A mesma disse que, quem não gostou, “que vá procurar a Justiça”.

 

“O projeto de decreto legislativo que concede o título de cidadão pessoense ao presidente Jair Bolsonaro foi aprovado por essa Casa. A Lei Orgânica do município diz que é 2/3 dos membros da Casa presentes ou não, e quem não concordar, vá para a justiça”, disparou.



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