Após reunião com pesquisadores, municípios do Vale do Mamanguape, na Paraíba, acata sugestão de aula presencial só em 2021

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 08/08/2020 15:58

 O Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Etnias e Economia Solidária da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) atesta que, diante da pandemia de Covid-19, as atividades escolares presenciais no Vale do Mamanguape, no Litoral Norte paraibano, devem acontecer apenas em 2021. 

Os pesquisadores da UFPB se reuniram com representantes da gestão escolar dos 12 municípios da região e evidenciaram que as escolas públicas terão de continuar com atividades de ensino remoto, ao menos, até o final deste ano. 

“O grupo construiu justificativas, de maneira unificada, para a continuidade do ensino remoto e o retorno às aulas presenciais só em 2021. Isto será possível após serem cumpridas as exigências de adequação dos ambientes escolares e concretizados os protocolos para todas as atividades que dizem respeito ao processo educativo”, explica o coordenador do grupo da UFPB, professor Paulo Palhano. 

De acordo com os dados divulgados pela equipe de pesquisadores, os gestores públicos devem criar um ambiente de segurança e proteção, antes de realizar atividades presenciais em escolas dos municípios. 

“Desde o translado da localidade onde mora o educando até a presença na escola e o retorno da unidade escolar para a comunidade em que reside. É preciso criar um ambiente de segurança e proteção para os educandos, os educadores, os pais dos educandos, corpo de apoio pedagógico, gestores escolares e municipais”, destaca o professor da UFPB. 

Paulo Palhano afirma que, diante do cenário complexo da pandemia de Covid-19, a conjuntura da região e das cidades brasileiras tem sido caracterizada pela crise na saúde, política, economia e na educação. Para ele, o momento é de adaptação e cuidados para evitar um colapso social. 

“Os estudantes, famílias, escolas, educadores e gestores passam por uma adaptação para processos educacionais midiatizados e de ensino remoto. Há um problema sério de saúde e sanidade pública. E se houver a ausência de comando na área de saúde e educação, teremos um colapso na sociedade”, conta o professor. 

Segundo informações do relatório do grupo da UFPB, entre os dias 10 e 20 de julho, foram registradas 62 mortes e 4.551 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), no Vale do Mamanguape. Os índices, argumentam os pesquisadores, continuam em ascendência, com crescimento brando e interiorização nas cidades da região. 

“Há uma tendência para a estabilização, mas ainda não significa que a pandemia de Covid-19 chegou ao platô [estabilização de casos e mortes]. Ainda existe elevação de índice, é pequena, mas continua produzindo infecção e óbitos e atingindo grande parte da população vulnerável da sociedade local”, lamenta Palhano. 

O professor da UFPB ressalta que a região do Vale do Mamanguape não conta ainda com testagem em massa para saber os níveis efetivos de contaminação. Ele acredita que os dados seguem subestimados nos municípios do Litoral Norte paraibano e, quando não se contam os números efetivamente, fica impossível verificar e dimensionar as pessoas contaminadas na região. 

“Flexibilizar significa graduar as ações. Não adianta o poder público aceitar e ceder às pressões ou apelos, seja do segmento empresarial ou da classe trabalhadora. É urgente a necessidade de que os problemas vinculados à educação sejam dialogados entre todos do Vale do Mamanguape. Decisões tomadas de maneira coletiva fortalecerá a educação”, finaliza o professor da UFPB. 



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