RECOMENDAÇÃO DO MPPB - Ambulantes preveem prejuízo com saída das ruas de João Pessoa

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 11/01/2019 14:08

 Ambulantes de João Pessoa questionam a recomendação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) à Prefeitura Municipal para retirada dos vendedores ambulantes das ruas e calçadas do Centro da cidade. Os comerciantes cobram explicações.

“Eu pergunto ao MP o que ele pode nos oferecer. Como vai ficar a população? Vamos fazer o quê das nossas vidas? Pais de famílias vão fazer o quê? Temos que trabalhar. O Governo e o Estado têm que nos ajudar”,  contesta a ambulante Marinalva Evangelista.

Ao Portal MaisPB, Marinalva explica que vender produtos na rua é a saída para muitos desempregados.  Segundo ela, as empresas não querem admitir funcionários, nem manter contratos de longo prazo. “Somos camelôs, mas somos dignos, não somos bandidos”, reforça a mulher, que pede como solução, oportunidades de emprego.

A ambulante Maricleide de Souza trabalha no Centro de João Pessoa como camelô há mais de dois anos. Desempregada e com filhos, ela conta que foi a saída para sustentar a família. Sem muitas informações sobre o caso, Maricleide acredita que haverá uma ‘guerra’ caso seja necessário cumprir a recomendação do Ministério Público. “Aqui é onde arrumamos nosso pão”.

O camelô José da Silva acredita que o cumprimento medida pode ser bom caso eles sejam realocados sem prejuízos. Ele argumenta que o espaço nas extremidades do Parque Sólon de Lucena já está muito cheio e organizará o comércio informal na região.

A presidente da Associação dos Ambulantes e Trabalhadores em Geral da Paraíba (Ameg), Márcia Medeiros afirmou que ‘haverá resistência’. Segundo ela, medida mostra agressividade. “A gente esperava uma organização, não um pedido de retirada”. Ela explica que muitos dos ambulantes tê mais de 40 anos e sequer são alfabetizados.

O secretário de Desenvolvimento Urbano de João Pessoa (Sedurb-JP), Zennedy Bezerra, admitiu que é uma situação ‘extremamente complexa’. Ele ainda disse que quer dialogar com o Ministério Público e com comerciantes. Segundo ele, não há dia específico para que comece a retirada dos ambulantes.

Em um rápido passeio pelo Centro, é possível perceber que não só os ambulantes ocupam a área de pedestres: lojas também têm utilizado o espaço público para exibir produtos.

(Foto: Albemar Santos/MaisPB)

O que pensa a população

Alex Rock, morador de João Pessoa, vê a necessidade de  uma intervenção para organizar os comerciantes e melhorar o fluxo de pedestres no Centro, mas teme a velocidade da implantação.

“Não é de uma hora para outra. Tem que procurar uma maneira de recolocá-los em algum lugar para diminuir o caos. Em 90 dias é difícil fazer isso, mas se fizer isso com o tempo vai melhorar a situação do Centro”, analisa.

A estudante Ana Caroline também acha que o prazo sugerido pelo MP é curto. Segundo ela, a saída seria reorganizar o espaço ao invés de retirar os vendedores. Ela defende que a atividade dos camelôs deve ser respeitada.

“Se não dão oportunidade de trabalho que a pessoa vai fazer?”, argumenta a paraibana Carla Roberta, que acredita que os políticos do estado deveriam intermediar a situação.

Entenda

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) recomendou que a Prefeitura Municipal de João Pessoa tome as ‘providências necessárias’ para retirar os ambulantes que ocupam irregularmente as ruas da capital.

Caroline Queiroz e Albemar Santos 



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