Mães de alunos relatam pânico após garoto de 14 anos atirar contra colegas em escola

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 20/10/2017 20:08

 A mãe de uma das crianças que estava na mesma sala em que ocorreu o tiroteio que deixou dois mortos e quatro feridos no colégio Goyases, em Goiânia, nesta sexta-feira, contou que a filha, de 13 anos, relatou momentos de pânico na sala de aula após os disparos. A jovem, estudante do oitavo ano, disse que em um primeiro momento achou que o barulho dos tiros era de estalos de bombinhas. Depois, quando viu a arma, que segundo ela seria uma pistola, saiu correndo do local.

Os dois mortos eram amigos da adolescente, assim como os quatro feridos. Segundo a mãe dela, Carolina Matos, de 37 anos, a estudante está muito nervosa e inconsolável com as cenas de violência.

— Quando minha filha viu que eram mesmo tiros, saiu correndo da sala. Ela chegou a ver alguns colegas feridos e está muito abalada porque perdeu dois colegas. Ao sair, ela teve tempo só de pegar o celular e ligar para mim. Fui correndo para a escola e a encontrei muito nervosa, houve uma comoção muito grande — disse a analista de sistemas, que preferiu não revelar o nome da filha.

A aluna está no colégio há quatro anos e tem uma prima, do sexto ano, que também estuda lá. Carolina disse ainda que nunca houve uma situação semelhante dentro da escola.

DESESPERO NA SAÍDA

A autônoma Jane Martins estava na porta do colégio para buscar a filha, do 9º ano, quando se deparou com o desespero e a correria. Segundo ela, os estudantes da instituição só deixam o prédio se os pais se identificarem na porta. Ela relatou que, às 11h40m, ao ver os adolescentes em fuga, pensou se tratar de um assalto dentro do colégio. Com um sobrinho de 3 meses no colo, ela e uma irmã se desesperaram e forçaram a entrada em meio à multidão que saía.

Leia Também:   No dia do aniversário, vítima de atentado à creche recebe alta

— Conseguimos entrar enquanto um menino saía baleado. Ele levou um tiro nas costas. Me desesperei na hora. Minha filha e meu sobrinho estudam lá, e eu achei os dois e coloquei dentro do banheiro de uma loja. Falei para não saíram de jeito nenhum. A gente nem sabia o que estava acontecendo. Poderia ter acontecido em qualquer lugar. É muito triste com as vítimas — contou a mãe, que conhecia o atirador de vista em reuniões e festas da instituição.

A aluna do 9º nono, cuja sala fica ao lado da atacada pelo atirador, contou o horror do momento em que os estudantes notaram o ataque.

— Estou muito abalada. Foi horrível. Eu tinha acabado de sair de lá. Eu estudo na sala do lado. Já tinha dado meu horário, e eu estava na quadra quando todo mundo da sala do 8º ano saiu correndo e gritando. Eu nunca falei com ele. Só conhecia de vista. É muito triste. Nada justifica uma coisa dessas — destacou a jovem. Segundo ela, uma amiga confirmou que o atirador era criticado por supostamente cheirar mal. Alunos teriam dito que levariam desodorante para ele.

VÍTIMA DE BULLYING, ATIRADOR ERA CONSIDERADO TRANQUILO

De acordo com a irmã de Carolina Matos, Juliana Gomes, que também tem uma filha no Colégio Goyases, o atirador era visto como um jovem tranquilo.

— Não o achava assustador, nada indicou que ele pudesse fazer isso — disse.

Juliana disse que sua filha estuda em uma sala bem próxima de onde houve o ataque. Segundo ela, a menina não entendeu o que estava acontecendo quando ouviu os disparos.

— Ela não está acostumada com essa violência. Quando vi minha filha, ela não falou nada. Só chorou desesperadamente. Agora está tentando absorver tudo o que aconteceu. E ainda acabamos de receber um telefonema dizendo que o amigo delas João Vitor morreu — concluiu a mãe e a tia das alunas do Colégio Coyazes, muito emocionada.

Leia Também:   Tribunal mantém Moro à frente de processo contra Lula na Lava Jato

Ainda segundo Juliana, a sobrinha estuda na mesma sala do atirador costumava se sentar a duas carteiras do adolescente, que sofria bullying na escola. Ela disse que a menina contou para a família que o primeiro disparo foi feito dentro da mochila dele.

— Diziam que ele tinha um cheiro forte de cecê. Um colega uma vez levou um desodorante e borrifou nele. É algo pesado. Ele deu tiro para cima e depois mirou em um colega que estava atrás dele que implicava muito por causa do cheiro. Um dos colegas foi atingido na costela e a professora orientou para que todos saíssem e evitassem o tumulto. Na sala da minha filha também houve essa orientação, mas alguns quiseram buscar os irmãos da ala da educação infantil. Quando eu cheguei, estavam todos sentados no muro em volta da escola — afirmou.

Fonte: Extra

 


Compartilhe:


Outras Notícias


  • Prefeitura de João Pessoa participa de encontro para avaliar o programa habitacional no Brasil

  • João Pessoa é destaque com avanços tecnológicos em evento sobre segurança pública

  • Deputado Walber Virgolino rebate o prefeito Vitor Hugo após declaração sobre não entrar em bairros de Cabedelo: “foi irresponsável”

avançar voltar