Em grande dérbi com cinco gols, Corinthians bate Palmeiras e volta a ampliar vantagem na ponta do Brasileirão

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 05/11/2017 19:08

 Corinthians e Palmeiras fizeram um grande clássico neste domingo na Arena Corinthians, em Itaquera. Os ingredientes de uma histórica rivalidade estiveram presentes em mais um dérbi centenário. Nervosismo, polêmicas, golaços, provocações, discussões, expulsão. Em uma partida recheada de alternativas, marcada por um primeiro tempo eletrizante, o Corinthians conseguiu levar a melhor sobre o rival e venceu pelo placar de 3 a 2, para festa da torcida alvinegra presente na Arena. O estádio, por sinal, teve o recorde de público neste domingo: 46.090 pagantes, com público total de 46.493 torcedores. 

Assim, o time de Fábio Carille volta a vencer depois de quatro rodadas. Um triunfo do Palmeiras neste domingo deixaria a diferença entre os rivais em apenas dois pontos. Com o resultado positivo conquistado em casa, o líder Corinthians chega aos 62 pontos, abrindo oito de vantagem para o rival alviverde, que permanece com 54, em quarto lugar. O vice-líder do Campeonato Brasileiro agora é o Santos, que bateu o Atlético-MG no último sábado e chegou aos 56 pontos. Faltam seis rodadas para o término da competição.

 

 

 

 

O primeiro tempo do dérbi em Itaquera foi sensacional. O Corinthians abriu o placar aos 27 minutos. Rodriguinho recebeu na esquerda da área e bateu cruzado. Romero, um pouco adiantado, apareceu livre para completar para o gol, sem chances para Fernando Prass.

O Palmeiras levou um duro golpe logo na sequência. Aos 29 minutos, Clayson bateu escanteio da esquerda, a bola passou pela defesa e se ofereceu para Balbuena, que desviou no susto e de peito. Prass ainda tentou salvar, mas a bola entrou.

O time visitante sentiu os gols, mas conseguiu descontar na bola parada. Aos 35 minutos, Dudu bateu escanteio da esquerda e Mina se antecipou à marcação, cabeceando no canto esquerdo de Cássio.

Porém, no ataque seguinte, o Corinthians voltou a marcar. Edu Dracena se enroscou com Jô na área, e o juiz Anderson Daronco marcou o pênalti para o Corinthians. Jô bateu a penalidade com tranquilidade e fez 3 a 1.

O jogo caiu de ritmo no segundo tempo. A partida ficou muito mais morna. O Corinthians tentava esfriar o rival, e o Palmeiras buscava alternativas para incomodar o adversário. Aos 23 minutos, o time alviverde voltou a descontar. Guerra bateu escanteio, Pablo rebateu mal para trás, Moisés virou e chutou no ângulo direito de Cássio, que foi para a bola, mas não deu. Um golaço.

O Palmeiras tentou pressionar o Corinthians até o fim, mas esbarrou na marcação alvinegra. Ainda deu tempo para Deyverson receber o cartão vermelho no fim do jogo, após agredir Fellipe Bastos.

No centenário do dérbi, o Corinthians venceu os três clássicos diante do Palmeiras (1 a 0 no Campeonato Paulista, 2 a 0 no primeiro turno do Brasileiro e 3 a 2 neste domingo).

Na próxima rodada, os comandados de Fábio Carille terão pela frente o Atlético-PR, às 21h (de Brasília) da quarta-feira, na Arena da Baixada. Já Alberto Valentim e sua equipe buscarão o triunfo diante do Vitória, às 21h45 (de Brasília), no estádio do Barradão, em Salvador.

Jogaço e Corinthians superior

O primeiro tempo da partida em Itaquera foi melhor do que quase todos os outros disputados pelas duas equipes no Campeonato Brasileiro. Com muita intensidade e marcação avançada, o Palmeiras foi o primeiro a chegar com Borja, que dominou dentro da área e chutou por cima do gol de Cássio. A resposta corintiana foi na mesma moeda, com Rodriguinho roubando bola de Egídio e finalizando dentro da área para boa defesa de Prass.

Até os 25 minutos de bola rolando, o Corinthians tomou as rédeas da partida, ganhando a maioria das disputas pelo alto e não deixando Moisés pensar o jogo pelo lado dos alviverdes. Em uma escapada, Borja quase fez o dele, mas mandou pelo lado de fora da rede. Antes, porém, Rodriguinho, Jô e Fagner levaram perigo para Prass, bastante seguro quando foi exigido. Até que uma bola trabalhada venceu a linha de zaga palmeirense.

Arana recebeu de Clayson pela esquerda e viu Rodriguinho entre Mayke e Mina, que tentaram deixar o armador em impedimento, mas foram atrapalhados por Egídio, que deu condição. O camisa 26, então, chutou de esquerda uma bola rasteira que Romero, em posição duvidosa, completou para a rede. Muita festa da torcida, com direito a selfie dos jogadores dentro do gramado e celebração para o paraguaio, que não participava de um gol desde o dérbi do primeiro turno.

Os 15 minutos finais foram de tamanha loucura que caberia um relato apenas para eles. Logo após o gol, Rodriguinho escapou em contra-ataque e deixou Jô na cara de Prass, mas o goleiro fez linda defesa. Na cobrança do escanteio, porém, a zaga palmeirense não afastou e Balbuena, na segunda trave, deixou a bola bater em seu peito para vencer Fernando Prass e ampliar a festa paraguaia.

A resposta palmeirense não tardou. Sempre perigoso nas bolas paradas, o time quase diminuiu quando Borja, livre na pequena área, acabou travado por Gabriel e perdeu grande chance. Na sequência, em novo escanteio, Mina subiu mais alto que Pablo e Balbuena para deixar o seu. O ritmo não diminuiu e, antes do intervalo, Jô ganhou na velocidade de Dracena e foi derrubado pelo zagueiro dentro da área. Pênalti marcado pelo árbitro e convertido pelo camisa 7.

Palmeiras pressiona, mas vitória é do Corinthians

Na etapa final, Valentim tentou na qualidade técnica dar mais força ao seu ataque, trocando o improdutivo Keno para a entrada de Roger Guedes. Do lado corintiano, a proposta claramente foi de controlar um pouco mais a posse de bola, diminuir o ritmo intenso da primeira e tentar aproveitar os erros do rival. Isso fez com que os primeiros dez minutos transcorressem sem oportunidades dignas de nota.

O fato que chamou a atenção dos presentes foi uma falha de comunicação entre o trio de arbitragem, com um dos auxiliares autorizando a entrada do volante Gabriel após atendimento médico, mas sem a anuência de Anderson Daronco. Como o corintiano havia acabado de receber o amarelo, os palmeirenses pressionaram bastante o juiz pelo segundo e a consequente expulsão. Daronco, no entanto, viu o desencontro de informações e nada marcou.

No quesito bola rolando, porém, o lance de perigo compensou a espera dos presentes. Aos 22 minutos, depois de cobrança muito ruim de Guerra, Pablo errou o corte, mandou para trás e Moisés foi muito esperto para girar rápido dentro da área e, mesmo sem ângulo, acertar um lindo chute para vencer Cássio, dando confiança para os visitantes e tirando um pouco da tranquilidade dos mandantes.

O ritmo do Palmeiras foi mais forte na busca pelo resultado, com as jogadas passando principalmente pelos pés de Dudu, até aquele momento bem marcado por Fagner. Carille, gostando da produção da sua equipe, só mexeu na sua dupla de volantes, preocupado com a grande posse de bola palmeirense na entrada da área. Gabriel e Camacho deram lugar a Maycon e Fellipe Bastos, respectivamente.

Sem grande diferença entre uma derrota por um ou mais gols, Alberto Valentim arriscou tudo com a entrada de Deyverson no lugar de Tchê Tchê, abrindo mão de volantes e indo para cima dos donos da casa. Na base da vontade, o time ainda teve uma grande chance no lance final da partida, quando Roger Guedes recebeu dentro da área e cruzou, mas Cássio, em dois tempos, assegurou o triunfo corintiano.

FICHA TÉCNICA:
CORINTHIANS 3 x 2 PALMEIRAS

Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP)
Data: 05 de novembro de 2017, domingo
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa)
Assistentes: Rafael da Silva Alves e Elio Nepomuceno de Andrade Junior
Público: 46.090 pagantes
Renda: R$ 2.908.847,10
Cartões amarelos: Romero, Gabriel, Fagner, Maycon, Cássio, Jadson (Corinthians); Edu Dracena, Tchê Tchê, Egídio, Bruno Henrique, Dudu (Palmeiras)
Cartão vermelho: Deyverson
Gols: CORINTHIANS: Romero, aos 27, Balbuena, aos 29, Jô, de pênalti, aos 38 minutos do primeiro tempo PALMEIRAS: Mina, aos 34 minutos do primeiro tempo, Moisés, aos 23 minutos do segundo tempo

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel (Maycon), Camacho (Fellipe Bastos), Romero, Rodriguinho e Clayson (Jadson); Jô. Técnico: Fábio Carille

PALMEIRAS: Fernando Prass; Mayke, Mina, Edu Dracena e Egídio; Bruno Henrique (Guerra), Tchê Tchê (Deyverson) e Moisés; Keno (Roger Guedes), Dudu e Borja. Técnico: Alberto Valentim.

 



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