Operação da PF prende delator da Lava Jato nesta manhã, em João Pessoa, na Paraíba

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 15/05/2018 21:47

 A Polícia Federal prendeu oito pessoas, na manhã desta terça-feira (15), em uma operação contra lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas. Carlos Alexandre, conhecido como Ceará, doleiro da Lava Jato foi preso em João Pessoa. Na Operação Lava Jato, ele atuava com Alberto Youssef. Mandados de busca e apreensão estão sendo cumprido no município de Cabedelo e em João Pessoa, e um mandado de prisão preventiva é cumprido em João Pessoa, na Paraíba.

Os mandados são cumpridos no Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e em São Paulo. Ceará foi preso preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado, em João Pessoa. Os políticos Fernando Collor de Mello, Aécio Neves, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues foram delatados por Ceará.

Além de Carlos Alexandre, outros dois operadores financeiros atuam no esquema. Um deles, Edmundo Gurgel Junior, foi investigado anteriormente pela PF no caso Banestado, na Operação Farol da Colina, segundo a Polícia Federal.

De acordo com a PF, Carlos Alexandre firmou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, conforme a PF, ele voltou às atividades ilegais.

A PF informou que vai comunicar a PGR e o STF sobre a prisão do réu colaborador para que a quebra do acordo firmado seja avaliado.

Efeito Dominó

Batizada de Efeito Dominó, a operação é um desdobramento da Operaçãp Spectrum, deflagrada em 2017. Na ocasião, Luiz Carlos da Rocha – o Cabeça Branca, um dos maiores traficantes da América do Sul, segundo a PF – foi preso em Sorriso (MT).

PF prende traficante que fazia cirurgias plásticas para se disfarçar
Ao todo, são 26 mandados judiciais. Há 18 de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva (que é por tempo indeterminado) e três de prisão temporária. Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.

Crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes são apurados pela Operação Efeito Dominó.

A investigação

De acordo com a PF, a investigação policial apontou uma "complexa e organizada estrutura" destinada à lavagem de recursos provenientes do tráfico internacional de entorpecentes.

A estratégia da operação, conforme a PF, é baseda na ligação de interesses das atividades ilícitias dos "clientes dos doleiros" investigados.

De um lado, havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas, segundo a PF. Do outro, de acordo com a PF, traficantes internacionais como – Cabeça Branca – tinham disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para fazer as transações internacionais com fornecedores de cocaína.

Veja onde os mandados são cumpridos


Rio de Janeiro (RJ)
4 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão temporária
Maricá (RJ)
1 mandado de busca e apreensão
João Pessoa (PB)
1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
Cabedelo (PB)
1 mandado de busca e apreensão
Recife (PE)
3 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão preventiva
Fortaleza (CE)
1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão temporária
Brasília (DF)
2 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
Campo Grande (MS)
1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
Amambai (MS)
1 mandado de busca e apreensão
Dourados (MS)
1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão temporária
São Paulo (SP)
2 mandados de busca e apreensão

 

Delações de Ceará


Ceará, preso na Operação Efeito Dominó, é um dos delatores da Operação Lava Jato. Ele trabalhava para o doleiro Alberto Youssef.

Em 2014, Ceará disse, em depoimento, que foi à Maceió e levou R$ 300 mil para o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL) em pacotes de notas de R$ 100. O depoimento foi homologado em 2015.

À época, Collor negou conhecer Ceará e questionou a credibilidade do seu depoimento.

O delator também mencionou, em depoimento, que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu R$ 300 mil a mando de Youssef. Aécio negou a afirmação.

Ceará ainda citou a entrega de dinheiro a outros políticos, entre eles, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Os senadores também negaram.



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