Pacientes madrugam todos os dias em luta incansável para fazer curativos e combater a diabetes no São Vicente de Paula

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 17/04/2017 00:01
Os pacientes começam a chegar às 4:00 horas da manhã em busca de pegar uma ficha para o atendimento
Os pacientes começam a chegar às 4:00 horas da manhã em busca de pegar uma ficha para o atendimento

 Andar com fé eu vou, que a fé não costuma "faiá", Que a fé tá na mulher.  A fé tá na cobra co-ral  Ô-ô Num pedaço de pão, e solução para quem acredita em melhores dias de vida no amanhã.

A letra da música de Gilberto Gil,  retrata a esperança de dezenas de pacientes diabéticos que diariamente, de domingo à domingo, estão no hospital São Vicente de Paula em busca de um atendimento, para suas enfermidades, que são de mutilados a outros ferimentos em busca de um curativo.

Essa situação começa de madrugada, quando inicia a distribuição de senhas para os curativos. São homens e mulheres que chegam às 4 da manhã para serem atendidos, muitas das vezes após às 9:00  horas da manhã. Isso, no turno matinal. A tarde segue a mesma rotina.

São inúmeras as queixas do atendimento, começando na triagem, alguns distribuem pela cara, ou em troca de algum favor e outros têm que esperar horas.  Foi o relato dos muitos que freqüentam o hospital todos os dias da semana.

Entre as pessoas ouvidas pela reportagem, eles não quiseram se  identificar, com medo de represálias por parte dos que fazem o atendimento e do próprio hospital.

Outro problema existente, é que muitas das vezes alguns moradores de rua chegam a dormir ao lado da portaria do hospital, causando medo aos pacientes, que chegam muito cedo em busca de fazer o curativo em um dos membros inferiores do corpo.

Os pacientes, são usuários do SUS – Sistema Único de Saúde e sem condições financeiras de fazer o tratamento particular. Essa rotina acontece todos os dias da semana, tornando-se o ambiente mais parecido com uma “Feira”.

Hoje, na Paraíba o Hospital São Vicente de Paula, é uma das referências em atendimento na área vascular. Disponde de vários leitos, que por sua vez, na entrada do hospital encontra-se uma placa, com os seguintes dizeres. “Ambulatório de Vascular, no momento sem vaga“

Para se obter uma vaga no setor vascular, todos os dias é uma verdadeira peregrinação, chegando ao ponto de muitas das vezes a Polícia Militar ser chamada para resolver as “confusões” ou “brigas” existentes.

“O atendimento é precário e sem humanização, são inúmeras reclamações, dos que procuram o hospital, pela falta de respeito com os doentes e preparo dos atendentes”. Esse é mais um dos relatos, de um dos que freqüenta diariamente o hospital e pediu para não ser identificado.

As condições físicas das enfermarias, são adequadas, mas falta de tudo, um pouco, cadeiras de banhos, quebradas e insuficientes, para uso dos pacientes em banho. O material de uso do banheiro, nem sempre dá para o dia, além de outros problemas, como o ventilador de teto que não funciona há mais de 15 dias.

O setor de enfermagem, em sua maioria, pessoas dedicas e comprometidas com a profissão, outras nem tanto. Apenas cumprem a sua escala. O mesmo acontece com os médicos, que são bons, mas também existe alguns que se quer escuta os pacientes ou acompanhantes, muitas das vezes, diagnostica, algum doença no paciente, mas não colocam no prontuário. Ficando o paciente a esperar por um outro médico para pedir novamente que passe o medicamento para ser aplicado.

Todos os dias são realizados inúmeras cirurgias pelos médicos plantonistas,  devido a demanda que é crescente e o hospital atende a toda Paraíba, do litoral ao sertão.

Entres os pacientes ouvidos, uma constante foi a reclamação pela falta de humanização, que eles cobram da direção do hospital, maior celeridade no atendimento para os que fazem curativos todos os dias, ou seja, que eles possam ser ouvidos também, nesta questão.

Já que é feita, a troca de plantão dos enfermeiros, das sete da manhã, e ao mesmo tempo às 7 da noite. A pergunta em questão é seguinte. Por que não começa a ser feito os curativos logo ao mudar o enfermeiro plantonista, que começa trabalhar às 7 da manhã?

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Roberto Notícia

Jornalista

 

 



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