Após confusão, juiz encerra jogo antes da hora; Santos está fora da Libertadores, mas promete brigar no tapetão

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 29/08/2018 00:04

Faltavam pouco mais de dez minutos para a partida pelas oitavas de final da Copa Libertadores, entre Santos e Independiente, se encerrada normalmente. Mas ela foi interrompida à força por atos de violência no Pacaembu.

Isto aconteceu quando alguns torcedores que estavam na arquibancada verde atiraram rojões no gramado do Pacaembu (eles caíram na pista lateral do campo, próximo de onde reservas do clube rojo se aqueciam). Outros torcedores tentaram derrubar o portão localizado perto da entrada principal, enquanto alguns invadiram o campo. As ações fizeram os argentinos correrem para o vestiário.

 

 

Foi um desfecho trágico para uma partida cercada de confusão fora de campo. Oito horas e meia antes uma decisão do Tribunal Disciplinar da Conmebol converteu o empate sem gols, no duelo realizado há uma semana, em derrota para 3 a 0.

Foi a punição por ter escalado em La Plata o meia uruguaio Carlos Sánchez, estreante naquele dia, que deveria ter cumprido suspensão automática. Isto fez com que o Santos tivesse que vencer por quatro gols de diferença para avançar ou repetir o 3 a 0 “do tribunal” para levar à definição para os pênaltis. Tarefa bem difícil.

O clima de guerra já começou antes do apito inicial. Torcedores do Santos e Independiente entraram em conflito do lado de fora do Pacaembu. Ao final do jogo, alguns santistas tentaram invadir o setor visitante. A policia segurou o grupo como pôde.

A tão polêmica pena aplicada pelo caso Sánchez datava de 2015, quando o uruguaio ainda defendia o River Plate e foi expulso ao agredir um gandula na semifinal da Copa Sul-Americana contra o Huracán. O gancho foi de três jogos para ser cumprido em qualquer torneio do continente. Foi reduzido para um compromisso em 2016, ano em que a Conmebol deu anistia para clubes e atletas.

O Santos já anunciou que recorrerá da decisão do Tribunal Disciplinar da Conmebol. Vai ingressar com um pedido de revisão no Tribunal Arbitral da entidade. O presidente da equipe também disse que vai buscar todas as instâncias possíveis para “fazer justiça”.

E AGORA?

Diante da confunsão no estádio, a partida foi encerrada à força. A Conmebol nem sequer conseguiu se pronunciar.

É possível que o Santos recebe penas severas pelo que aconteceu. O Pacaembu também corre o risco de ser excluído de jogos do torneio no futuro --o estádio foi escolhido pelo clube santista como casa oficial no torneio deste ano.

Já o Independiente aguardará por River Plate ou Racing, ambos da Argentina, que fazem o duelo de volta entre si nesta quarta-feira, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. O confronto anterior terminou sem gols. Quem vencer avançar.

JOGO DE NERVOS

Com uma grande vantagem para administrar, o Independiente atuou mais leve no Pacaembu. Trocou passes no campo de ataque, gastou tempo sempre que pôde e fez faltas “chatas”, aquelas que, embora não sejam violentas, param o jogo e irritam o adversário.

Sem tempo para perder, o Santos teve uma estratégia totalmente vertical. Foram diversos lançamentos para a área, ou para as pontas para que alguém pudesse fazer cruzamentos.

O nervosismo do time era visível e a primeira grande chance criada foi somente aos 8 minutos. Foi quando Gabigol foi lançado no ataque e ficou de frente para o goleiro Campaña. Ele finalizou rasteiro, na saía do rival, mas o arqueiro conseguiu afastar a bola.

Um minuto depois, Victor Ferraz recebeu a bola na área e caiu. A torcida pediu pênalti, que não houve e por isso foi ignorado pela arbitragem no Pacaembu.

Depois, novo lance de perigo, somente aos 31. Após bola lançada para a área e rebatida para trás, Bruno Henrique recebeu, cortou para a direita e chutou. Campaña defendeu.

Aos 38, Gabigol novamente teve um duelo com o goleiro do Independiente. Após receber um belo passe de Sánchez, o camisa 10 finalizou e Campaña evitou o gol. Muitos santistas lamentaram. Era a chance de abrir o placar no estádio paulistano.

SÃO VANDERLEI!

Quando o primeiro tempo se aproximava do final sem gols, o que já era bem frustrante para o Santos, houve um verdadeiro banho de água fria. Pênalti para o Independiente.

O lance foi aos 43. Vanderlei derrubou Pablo Hernández na área e os jogadores do Santos nem contestaram a marcação. Foi a última alternativa para evitar o que seria um gol certo. O time argentino levou vantagem no contra-ataque. A torcida perdoou o camisa 1.

E ele justificou a confiança. Espalmou a cobrança de Meza e levantou o Pacaembu.

“P... q... p..., é o melhor goleiro do Brasil”, gritaram os torcedores no Pacaembu.

AFLIÇÃO

Cuca promoveu duas mudanças no Santos na volta do intervalo. Tirou o apagado Bruno Henrique e colocou Bryan Ruíz. Também tirou o zagueiro Lucas Veríssimo e colocou Robson Bambu. Esta última mudança foi porque o defensor sentiu a coxa esquerda.

Mas quem melhorou foi o Independiente.

O time argentinou chegou duas vezes com chance real de marcar. Primeiro aos 18. Francisco Silva foi lançado na área e finalizou no cantinho. Vanderlei defendeu. Depois, aos 23, o zagueiro Gastón Silva cobrou falta com força e o goleiro mandou para escanteio.

 

 

Vendo que o Santos não tinha reação e sofria perigo, Cuca tirou Alisson e colocou Jean Mota, aos 26.

Ainda assim que passou sufoco foram o santistas. No minuto seguinte, Pablo Hernández carimbou o travessão.

FICHA TÉCNICA

SANTOS X INDEPENDIENTE
COPA LIBERTADORES 2018 - OITAVAS DE FINAL
DATA: terça-feira, 28 de agosto de 2018
HORÁRIO: 19h30 (de Brasília)
LOCAL: Pacaembu, em São Paulo (SP)
ÁRBITRO: Julio Bascuñan (CHI)
ASSISTENTES: Carlos Astroza e Claudio Rios (CHI)
CARTÃO AMARELO: Alison, Derlis González e Gustavo Henrique (SAN); Brítez e Bustos (IND)

SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, Gustavo Henrique, Lucas Veríssimo (Robson Bambu) e Diego Pituca; Alison (Jean Mota), Carlos Sánchez e Derlis González; Rodrygo, Gabigol e Bruno Henrique (Bryan Ruiz). Técnico: Cuca

INDEPENDIENTE: Campaña; Figal, Brítez, Franco e Gastón Silva; Francisco Silva, Bustos (Domingo) e Pablo Hernández; Silvio Romero (Braian Romero), Meza e Holan. Técnico: Ariel Holan



Compartilhe:


Outras Notícias


  • Hospital de Trauma de Campina Grande afasta equipe após cirurgia em perna errada de criança

  • Terezinha Domiciano e Mônica Nóbrega vencem consulta prévia para reitoria da UFPB

  • Filho de Vitalzinho é eleito para cargo em Conselho com salário anual de R$ 1,1 milhão

avançar voltar