Colunista Nonato Nunes

  • HUMANISMO DE AÇOUGUE

    03/01/2019

     Desde que Jair Bolsonaro lançou a ideia de que todo brasileiro [observadas certas limitações] deve ter o direito à posse de uma arma de fogo logo surgiram os “bonzinhos de plantão”. O que se tem ouvido dessas pessoas é o surrado discurso de que “segurança pública é uma obrigação do Estado”.

    Nenhuma novidade existe nisso... Ocorre que vivemos num país que mata, todos os anos, 60 mil cidadãos em média. Estamos entre os dez países que mais matam no mundo, e, diga-se de passagem, boa parte desses mortos é de cidadãos que trabalham; que pagam seus impostos corretamente; que geram emprego e renda; que vão à escola, à universidade, ao trabalho, e são, miseravelmente, atacados e mortos como porcos.

    Claro, existem aqueles que não têm ânimo o suficiente para defender sua família [e a si próprios] das investidas de quem rouba, ameaça, estupra e mata porque este conta com um “humanismo de açougue” a seu favor e por isso mesmo adquiriu o “direito ao extermínio”.

    Aprecio o pragmatismo americano. Senão vejamos... Certa vez um menino de menos de dez anos matou, acidentalmente, com um tiro, a sua irmãzinha, de idade aproximada. O pai não castigou o filho pelo incidente.

    Ao invés disso aquele cidadão simplesmente passou a ensinar o filho a manejar a arma e a atirar justamente para que nunca mais incidentes como o que tirou a vida da menininha voltassem a ocorrer. Isso aqui no Brasil seria motivo para todo tipo de protestos, com gente gritando palavras de ordem, batendo no peito, rasgando as vestes, saltando de prédios, desmaiando, movimentos em favor de leis para isso e para aquilo, parlamentares discursando num Congresso em polvorosa... Chilique geral...

     

    Enquanto prevalecer esse humanismo de açougue, o cidadão brasileiro vai continuar fazendo o papel de “ovelha pronta para o sacrifício”.

    Um abraço.

  • DITO E “FAKE”

    29/10/2018

     

    A votação de Fernando Haddad parece mesmo ter deslumbrado alguns analistas políticos pelo Brasil afora. Ouvi de alguns deles que, após o resultado, o petista desponta como uma liderança em ascensão no país. Creio que isso seja meramente circunstancial.

    A votação de Haddad tem características de um fenômeno de momento impulsionado por certos eventos negativos para o adversário, os quais, sem dúvida, foram determinantes para o crescimento do candidato petista.

    Dificilmente o então candidato do PT teria tido o mesmo desempenho eleitoral se o seu adversário tivesse feito campanha nos Estados e ido para o corpo a corpo com o eleitorado. Impossibilitado de viajar pelo país por conta do atentado sofrido em Juiz de Fora [MG], no qual quase perdeu a vida, Jair Bolsonaro viu o seu adversário livre para pintar e bordar pelos quatro cantos do país.

    Mas existiram outros fatores que foram cruciais para o desempenho de Haddad. A Grande imprensa e os institutos de pesquisa [leia-se Datafolha e Ibope] buscaram claramente influenciar nos resultados com a divulgação de pesquisas as quais não escondiam sua preferência: na última a diferença entre os dois havia caído quase ao nível do empate técnico.

    A Imprensa internacional, sempre simpática à Esquerda, também deu sua mãozinha. Jair Bolsonaro também enfrentou as artimanhas da Esquerda que explorou eventos culturais com artistas simpáticos ao candidato petista. E até ídolos do rock internacional caíram nas artimanhas dos petistas. Não faltaram ainda as famosas fake news.

    Nos últimos dias de campanha a Rede Globo, desesperada com a clara possibilidade de vitória do candidato do PSL, passou a intensificar temas que, de alguma forma remetiam a Bolsonaro, como casos de homofobia, feminicídio e xenofobia.

    De tudo foi tentado, e um exemplo claro disso foi a produção de notícias falsas, como a do falso “impulsionamento” da candidatura de Bolsonaro, via WhatsApp, supostamente patrocinado por empresários simpáticos ao capitão. Mas nada disso conseguiu virar um quadro eleitoral que já se desenhava amplamente favorável ao capitão reformado do Exército.

    O eleitor, por sua vez, se disse cansado de tanta corrupção e violências contra as quais o PT nada fez para combatê-las. No caso específico dos escândalos de corrupção foi o Partido dos Trabalhadores [PT] o maior protagonista.

    Resumindo: do último pleito o Brasil tirou algumas lições práticas. E algumas delas foram: que a Rede Globo, definitivamente, perdeu o seu poder de fazer e derrubar presidentes; que as fake news não têm mais efeito algum; que os referidos institutos de pesquisa não têm mais nenhuma credibilidade; que a Imprensa internacional não tem interferência alguma na preferência do eleitor brasileiro; que o investidor fugiu do país sempre que alguma notícia dada pelas agências internacionais era favorável ao candidato petista; que as redes sociais redefiniram o pacto comunicativo; que com esta ferramenta o eleitor brasileiro ganhou vida própria.

    Enfim, rumamos para um NOVO BRASIL.

    Um abraço.

  • A CHINA COMO UMA CONSTRUÇÃO CAPITALISTA

    21/04/2017

     Para os socialistas mais empedernidos é bom lembrar a eles que a China moderna é uma "construção capitalista". E essa transformação teve início em 1978, quando o então presidente Deng Xiaoping resolveu modernizar o país e atrair capital estrangeiro, embora mantendo a mesma estrutura de poder baseada num partido único. O processo se acelerou com a devolução de Hong Kong aos chineses (1997), mantida pelos ingleses desde a Guerra do Ópio, no século 19. 

    Nos últimos anos a China tem atraído o interesse de empresas estrangeiras pela mão de obra abundante e barata. Porém muitos empresários americanos, e até europeus, têm demonstrado o interesse de fazerem o caminho de volta, sob a alegação de que um operário chinês está custando quase o mesmo de um operário americano. E a situação deve se acentuar na administração Donald Trump.
    Mas ponham na cabeça uma coisa: a China pratica um "COMUNISMO DE RESULTADOS", e é, sim, uma CONSTRUÇÃO CAPITALISTA.

    PS.: a foto abaixo é da cidade de Shenzen, ao sul, região por onde começou o processo que se pode chamar de "comunismo camaleônico".

    Um abraço.

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