Colunista Josival Pereira
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Mudança: sinais agora indicam que Aguinaldo deverá ser mesmo candidato a senador
29/05/2022Por Josival Pereira
A política na Paraíba não permite espaço para o tédio. Se na semana passada os sinais eram no sentido de que o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, presidente do Progressistas, não seria candidato a senador na chapa do governador João Azevedo, a semana começa com outros indicadores.
As notas mais recentes são de que, no fim de semana, tanto o deputado Aguinaldo Ribeiro quanto a senadora Daniella Ribeiro (irmã) teriam conversado com prefeitos e outras lideranças da base do Progressistas para apresentar a possibilidade da candidatura do jovem Lucas Ribeiro, vice-prefeito de Campina Grande, a deputado federal, com o devido pedido de apoio.
Some-se a isso uma declaração do suplente de senador de Daniella, Diego Tavares, secretário de Gestão Governamental de João Pessoa, chamando Aguinaldo de “meu senador” e adiantando que poderia haver anúncio da decisão do parlamentar nesta semana que se inicia.
Existem ainda repetidas manifestações do prefeito Cícero Lucena, nos últimos dias, assegurando que o desfecho da novela da candidatura de Aguinaldo está bem próximo e, até que se informe o contrário, na aliança com o governador João Azevedo.
São três sinais que não podem ser desprezados, especialmente o que indica a candidatura do vice-prefeito Lucas Ribeiro a deputado federal. Se o sobrinho está entrando na pista federal é porque o tio (Aguinaldo) está saindo para disputar noutra raia (Senado).
Além dos sinais, existem três informações importantes a serem levadas (muito) em consideração. A primeira é a confirmação de que, realmente, o prefeito Cícero Lucena bateu o pé contra qualquer alternativa para o Progressistas da Paraíba que não seja manter o acordo de aliança com o governador João Azevedo, celebrado nas eleições de 2020.
As duas outras informações são, primeiro, que, agora, o deputado Aguinaldo Ribeiro estaria plenamente municiado de pesquisas internas e análises que conferem potencialidade à candidatura ao Senado e, depois, que consultorias jurídicas de Brasília avaliam ser impossível o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) reverter sua inelegibilidade.
E o problema do apoio de líderes do Republicanos à candidatura de Efraim Filho (União) ao Senado? A avaliação dos consultores do Progressistas é que, além da pressão do governador, o apoio tenderia e se esvair com uma boa posição de Aguinaldo nas pesquisas mais à frente.
Advirta-se, entretanto, que esse é o cenário que se apresenta hoje, concebido com as informações do fim de semana. Nada que não possa mudar a qualquer momento. Coisas da política da Paraíba.
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O Cidadania e os dilemas do governador João Azevedo
24/10/2021Por Josival Pereira
O Cidadania, através de seu presidente nacional, Roberto Freire, tem ampliado a faixa de autonomia do partido na Paraíba nas últimas horas. Pode quase tudo, incluindo montar palanque e votar em Lula. Só não pode apoiar e pedir votos para Bolsonaro.
Casa perfeitamente com o que pensa o governador João Azevedo para as eleições de 2022. Visto assim, não tem problemas João Azevedo permanecer no Cidadania.
Não é bem assim. O cenário parece propício, o governador paraibano gostaria de ficar no Cidadania – é o que tem manifestado no público e no privado -, mas tem óbices difíceis de serem superados.
Começa que o Cidadania é uma legenda pequena e não dispõe de tempo de televisão para a propaganda nem de fundo eleitoral. A primeira parte se resolve com coligações. A segunda, não. O problema maior aqui é para os candidatos a deputado federal e deputado estadual. O governador ficaria praticamente impossibilitado de formar uma boa chapa partidária para as eleições parlamentares. Fica dependente de outras siglas.
Outro problema tem sido a possibilidade de o Cidadania formar federação com o PV e com o PSDB. Roberto Freire admite essa união caso o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vença as prévias no PSDB e se torne candidato à Presidência.
De imediato, o problema de maior dimensão seria o PSDB, que abriga a maior parte da oposição nos municípios do interior. Haveria impossibilidade de conciliação. Mesmo o governador ficando com o comando da federação no Estado, não teria como estabelecer controle nos municípios e acomodar os tucanos com os aliados firmados desde a campanha de 2018 ou conquistados durante o governo.
Neste caso, a preferência seria não herdar a confusão política e migrar para outro partido.
Com o PV, só haveria problema se o ex-prefeito Luciano Cartaxo decidisse permanecer na federação, que terá obrigatoriedade de se manter por quatro anos. Então, haverá uma eleição municipal no meio, em 2024, e, certamente, o governador João Azevedo já tem compromisso com o prefeito Cícero Lucena e Cartaxo quase não disfarça mais o desejo de voltar à Prefeitura. São interesses políticos de impossível conciliação.
Por essas, dificilmente, o governador João Azevedo terá como ficar no Cidadania.
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PP da Paraíba e de outros Estados impõem resistência à filiação de Bolsonaro, diz jornal
29/09/2021Por Josival Pereira
O PP da Paraíba e o deputado Aguinaldo Ribeiro estariam impondo resistência à filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido juntamente com lideranças de diversos outros Estados e de outras legendas.
A informação consta de reportagem publicada no jornal Extra, edição deste domingo, com o título “PP, Republicanos e PSL e PL impõem resistências a planos de filiação de Bolsonaro”. Os principais problemas ocorreriam nos Estados, onde as legendas já têm alianças adiantadas.
No caso específico do PP, segundo a reportagem, além de parte da legenda já se preparar para declarar apoio ao ex-presidente Lula, Bolsonaro estaria encontrando resistência nos diretórios dos Estados nordestinos da Bahia, Maranhão, Pernambuco e Paraíba.
Na matéria, existe um parágrafo que cita o deputado Aguinaldo Ribeiro: “Outro nome de destaque entre os que não são alinhados a Bolsonaro é Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), próximo ao ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ). No início do ano, decidiu não apoiar o candidato do Planalto à presidência da Câmara, o colega de partido Arthur Lira. Ex-ministro das Cidades de Dilma Rousseff, Ribeiro é contra a entrada de Bolsonaro no partido”.
Diálogo nos Estados
Em relação ao PP, a reportagem mostra ainda que Bolsonaro teria dificuldades em entrar na legenda em São Paulo, onde o Progressistas integra o governo João Dória, e ainda de concretizar seu plano de ter o controle do partido para o filho Eduardo Bolsonaro.
Os próprios aliados de Bolsonaro no PP reconhecem que o partido tem uma característica de respeitar os diálogos regionais e conferir independência aos diretórios estaduais, o que dificultaria o alinhamento total com a campanha do atual presidente.
Julian Lemos
Enumerando os problemas que o presidente Bolsonaro encontra para se filiar ao Republicanos, PL e PSL, a matéria do jornal Extra revela que, recentemente, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP), tentou convencer o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, a reabrir diálogo com o presidente da República em torno da possibilidade de seu retorno à legenda.
A notícia destaca que o diálogo não evoluiu e registra que o presidente regional do PSL, deputado Julian Lemos, reiterou que não abre mão do comando da legenda na Paraíba.
De acordo com a reportagem, o mais provável é que o senador Ciro Nogueira e o deputado Arthur Lira, diante os obstáculos nas legendas de maior dimensão, recomendem ao presidente Bolsonaro a se filiar em uma legenda de porte menor. Bolsonaro já informou que abriu diálogo com o ex-deputado José Maria Eymael, presidente do partido Democracia Cristã, o DC.