Depois do encerramento da janela de transferências na última terça-feira (10), o CEO e sócio da SAF do Botafogo-PB, Alexandre Gallo, convocou entrevista coletiva, e ela aconteceu na tarde de ontem (11), no CT da Maravilha do Contorno, e ela marcou a primeira rusga entre a gestão anterior do clube e a nova diretoria da Belo Holding.
Antes em clima pacífico e elogiando o que encontrou quando chegou a João Pessoa, desta vez, cobrado pelas contratações frustrantes com relação a promessa de buscar jogadores de Série A e Série B, Gallo apontou sua mira para a diretoria associativa que comandava o Belo até o início do último mês de fevereiro, e revelou a estrutura precária na qual a instituição se encontrava como um dos motivos para não seduzir atletas de mais peso.
– Não tinha pratos para todos os jogadores comerem. Você sabia disso? Nem talher para todos. Tinha que esperar alguns lavarem e depois comer todos. O time concentrava aqui na Maravilha do Contorno com quartos que não tinham proteção contra mosquitos. Isso aqui acontecia há mais de quatro meses atrás. Então, quando você fala de Botafogo da Paraíba no mercado, a primeira pergunta é quem está a frente do comando. Você tem que contar toda a história, tudo. Mas essa credibilidade, ela demanda um pouco de tempo para ela ser feita. Da maneira que estava o Botafogo-PB, realmente ele estava sem credibilidade no mercado. Nós conversamos com muitos clubes e o clube geralmente também tem essa dificuldade de não querer emprestar um time da Série C em função do calendário, que acaba praticamente no início de outubro – disse.
Tentando tirar um peso dos novos contratados como solução dos problemas, apesar de posteriormente dizer que todos possuem condições de chegar e assumir a titularidade na equipe, Alexandre Gallo também afirmou que nos últimos dias o elenco tem sido muito cobrado, e que só quer no clube aqueles que estejam comprometidos com o acesso. Caso contrário, serão afastados ou mandados embora.
– O número um do foco é esse acesso, ainda dá tempo, nós conversamos bastante, mas uma conversa muito dura com o elenco, dura de realidade mesmo com o elenco, de tudo que está sendo feito. O clube está querendo dar a mão e vai vir de mão dada com a gente quem quiser. Quem não quiser não estará com a gente, é bem simples. Então, o que acontece é que nós reforçamos o nosso elenco, nós entendemos que temos um bom elenco para não estar na posição que nós estamos – completou.
Voltando a comentar sobre a estrutura da Maravilha do Contorno, Gallo criticou a antiga academia utilizada pelas atletas, a qual classificou como “ridícula”, e chegou a afirmar que sua fala à Arena Correio sobre buscar atletas de Série A e Série B, tratada por ele com naturalidade pois havia trabalhado apenas em clubes das duas divisões até chegar ao Belo, foi mal interpretada e cortada, em mais uma tentativa de explicar a janela de contratações muito discretas com relação ao discurso que ele próprio adotou anteriormente.
– Em relação ao que você falou pra mim, jogador de Série A e Série B, mas você não terminou o contexto que eu falei, você brecou, eu falei que teria essa dificuldade, realmente teve, mas o mais grave disso tudo foi essa falta de credibilidade do Botafogo-PB no mercado, isso aí atrapalhou bastante, mas pode ter certeza, torcida, nós estamos aqui, tanto eu como o Fillipe (Félix, agora principal acionista da SAF), para reconstruir essa essa credibilidade, e para isso, para você fazer isso, tem que fazer uma base muito grande. Nós fizemos reformas aqui, nós estamos fazendo aqui de tudo, todo o refeitório reformamos, os três hotéis que tem aqui para a categoria de base, compramos uma academia nova, não existia academia, aqui o que existia era uma coisa fora da da realidade para o esporte, não existia, era ridícula. Nós fizemos uma lavanderia nova, que não aparece no futebol, mas que para a gente aqui tem um contexto. Começamos dois vestiários novos para sub 15 e sub 17, nós não tínhamos categoria de base, hoje já temos um jogador da base treinando com o profissional, e é um jogador que a gente acredita bastante, o Lucas, um volante. É só para você entender que nós tínhamos que fazer muita coisa, plantar muita coisa para um jogador querer jogar no Botafogo-PB – concluiu.
Dos seis novos contratados pelo Belo, apenas o lateral-esquerdo Felippe Borges vinha sendo titular no Marcílio Dias, na Série D, após disputar a Série A2 do Paulistão pelo São José. O zagueiro Léo Santos não atua há mais de um ano após passagem pela Tailândia por ter feito uma cirurgia no joelho. O meia Balão estava na reserva do Sampaio Corrêa na Série D e conta apenas com 17 jogos enquanto atleta profissional, o volante Caio Dantas atuou 11 minutos na equipe principal do Flamengo, o atacante João Diogo estava afastado por questões técnicas e disciplinares no Santa Cruz e o zagueiro Andres Robles era reserva do Água Santa, os dois últimos também em clubes da Série D.
Com Equipe @Vozdatorcida
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