Equador: grupo que diz ser os ‘verdadeiros’ Los Lobos nega assassinato de candidato

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 11/08/2023 23:54
Foto Reprodução - Montagem: Sistema 1001 Notícias de Comunicação
Foto Reprodução - Montagem: Sistema 1001 Notícias de Comunicação

 Supostos membros da facção criminosa conhecida como Los Lobos negaram ter assassinado o candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, ao contrário do que disse em um vídeo um grupo de homens que afirmava ser da mesma organização e reivindicava a autoria do atentado. A informação é do R7, parceiro nacional do Portal Correio.

“Equador, não se engane. Somos os ‘Los Lobos’, não cobrimos nossos rostos, ninguém fala por nós, e respeitamos a paz”, afirmou um homem em um novo vídeo, de origem desconhecida, em que aparece rodeado por vários indivíduos vestidos de branco.

“Deixamos claro que nunca assassinamos pessoas do governo ou civis e esclarecemos que o vídeo que circula nas redes sociais, no qual aparece um grupo de pessoas com o rosto coberto e com rifles de assalto se passando por membros de nossa organização, é totalmente falso”, acrescentou.

A pessoa que atua como porta-voz garantiu ainda que nenhum dos homens que aparecem no vídeo que circulou na noite de quarta-feira (9) pertence a Los Lobos.

“É claro que alguns grupos criminosos querem desestabilizar o país e responsabilizar outros, como o nosso, Los Lobos, pela tragédia que está acontecendo agora”, afirmou.

Além disso, pediu às autoridades para “investigarem e encontrarem os verdadeiros culpados e não se deixarem enganar por pessoas que fazem vídeos tapando a cara para não assumir a responsabilidade pelos seus atos”.

Primeiro vídeo

O novo vídeo refere-se a outro, também de origem desconhecida, no qual aparece um grande grupo de homens fortemente armados e encapuzados que se identifica como Los Lobos e assume a responsabilidade pelo assassinato de Villavicencio.

Na curta gravação, um homem lê uma mensagem em uma mesa rodeado por um grande grupo que exibe fuzis e outras armas de guerra e, com o rosto coberto por uma máscara, afirma que Villavicencio foi assassinado por ter recebido dinheiro do crime organizado para a campanha eleitoral e não cumprir o que foi prometido.

Essa voz também faz um alerta sobre o especialista em segurança Jan Topic, outro candidato presidencial que, como Villavicencio, é enfático ao propor uma luta frontal contra o crime organizado e o narcotráfico, aos quais o governo atribui o aumento da insegurança e do número de homicídios no Equador.

Até o momento, nenhuma autoridade comentou a divulgação desses vídeos.

Seis detidos

Seis pessoas foram presas por seu suposto envolvimento no atentado em várias batidas em Quito, embora as autoridades não tenham informado se os detidos são membros de Los Lobos.

Los Lobos é uma das maiores gangues criminosas que operam no Equador e uma das causas da crise de segurança que o país atravessa, bem como da série de massacres em prisões na qual mais de 400 presos foram assassinados desde 2020 em confrontos entre grupos criminosos que disputam o controle interno dos presídios.

Assim como outras quadrilhas do crime organizado que operam no Equador, como Los Tiguerones ou Los Choneros, Los Lobos têm entre seus negócios ilícitos principalmente o narcotráfico e a extorsão, segundo as autoridades.

O grosso dessa violência criminosa ocorre principalmente na costa do Equador, por onde passa uma das principais rotas do narcotráfico internacional, o que tem feito dos portos equatorianos trampolins para o envio de grandes quantidades de cocaína para a Europa e os Estados Unidos por meio do comércio marítimo.

O aumento dos homicídios fez com que o Equador batesse o recorde de mortes violentas em 2022, com uma taxa de 25,32 por 100 mil habitantes, a mais alta de sua história.

 

 

 


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