LEILÃO - Hospital Padre Zé vende, por R$ 177 mil, caminhonete comprada por padre Egídio; valor vai ajudar no custeio da unidade

Por Roberto Notícias Por Roberto Notícias - 10/11/2023 15:34
Foto Reprodução - Montagem: Sistema 1001 Notícias de Comunicação
Foto Reprodução - Montagem: Sistema 1001 Notícias de Comunicação

 O Hospital Padre Zé finalizou, nesta sexta-feira (10), o processo de venda de uma caminhonete Chevrolet S10, que havia sido comprada pelo padre Egídio de Carvalho, antigo diretor-presidente da unidade de saúde. O veículo foi vendido à vista por R$ 177.300,00 e todo o dinheiro vai ser revertido para operacionalização do hospital.

O veículo foi comprado por uma empresa distribuidora de produtos, com sede em João Pessoa. De acordo com a tabela FIPE, especializada no valor de veículos novos e usados, a caminhonete estava avaliada em R$ 219.865,00.

A delegada apontou que "restou evidenciado, com fulcro na investigação, que Samuel Segundo incorreu no delito de furto qualificado, causando o prejuízo de R$ 525.877,77, referente aos produtos furtados no interior do Hospital Padre Zé".

Operação do Gaeco

No dia 5 de outubro, o padre Egídio de Carvalho foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão da operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco). Além do pároco outras pessoas da administração do hospital também foram alvos. 

Entre estas pessoas está a diretora administrativa do hospital, Jannyne Dantas e a tesoureira da unidade hospitalar filantrópica, Amanda Duarte.Na ocasião, a operação tem como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).

Vinhos e imóveis de luxo

Durante a operação Indignus, do Gaeco, os agentes localizaram ao menos três caixas com vinhos internacionais.Cada caixa teria ao menos seis exemplares da bebida. O que chama atenção é que o vinho, ano 2015, é vendido em média por até R$ 1,660 na internet, com isso os valores de bens apreendidos, apenas em vinhos, pode chegar a quase R$ 30 mil (R$ 29.916). 

Também na operação,observou que imóveis em residenciais e condomínios de luxo eram mantidos com recursos de origem duvidosa pelo Padre Egídio de Carvalho.

De acordo com a força-tarefa, a investigação "aponta para uma absoluta e completa confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com um dos investigados, com uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos".

Ostentação e empréstimos

O alto padrão de luxo encontrado nos imóveis de propriedade do Padre Egídio de Carvalho, durante operação Indignus, deixou os agentes do Gaeco e policiais civis surpresos. 

Padre Egídio de Carvalho, que comprou o veículo anteriormente, é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) por desvios milionários de recursos financeiros e equipamentos doados ao hospital. 

Entenda a investigação contra padre Egídio

O escândalo no Hospital Padre Zé veio à tona no mês passado, após uma denúncia de furto de celulares no local. Os equipamentos haviam sido doados pela Receita Federal para o hospital e deveriam ter sido vendidos em um bazar beneficente para angariar recursos para o hospital.

Porém, os celulares foram furtados e vendidos e as investigações apontam para o envolvimento do Padre Egídio de Carvalho, que era diretor-presidente da unidade, e do ex-funcionário Samuel Segundo.

Em meio ao escândalo do furto dos celulares, o padre Egídio de Carvalho Neto, renunciou ao cargo de presidente do Hospital Padre Zé.  O pedido foi aceito pelo arcebispo Dom Manoel Delson. 

Padre Egídio estava há mais de cinco anos à frente do hospital, fundado há quase 90 anos. Além de estar na gerência da unidade, ele também atuava como pároco da Igreja Santo Antônio, cargo do qual também renunciou.

Furto de meio milhão

No dia 2 de outubro, a Justiça autorizou o bloqueio de contas e a quebra de sigilo bancário de Samuel Segundo. O pedido de quebra de sigilo e bloqueio foi feito pela delegada Karina Torres, da Polícia Civil, e contou com ‘prints‘ de conversas de Samuel negociando a venda de iPhones e outros itens.

Com a venda, a diferença entre a avaliação da tabela e a maior oferta no leilão foi de R$ 42.565,00 

O novo gestor do Hospital Padre Zé, padre George Batista, optou por vender o veículo em um leilão público, no formato carta proposta fechada, porque identificou que a caminhonete não era essencial para a funcionalidade do hospital.



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