Pesquisa inédita revela papel crucial do nervo simpático na resposta imunológica da sepse A descoberta é parte de um projeto temático iniciado em 2018 e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O estudo foi publicado na revista científica Brain, Behavior, and Immunity, de alto impacto na área interdisciplinar de neurociência, psicologia e imunologia. Os testes mostraram que a interrupção da comunicação desse nervo aumentou significativamente a eficácia de um subgrupo de neutrófilos ativados, especialmente no peritônio e no baço. Além disso, a remoção do nervo reduziu a presença de neutrófilos quiescentes, que possuem características imunossupressoras, sem interferir em outras funções do sistema imunológico, como as desempenhadas pelos macrófagos. Estes, conhecidos como "zeladores" do organismo, ajudam a controlar a inflamação ao remover detritos celulares, entre outras funções. Utilizando tecnologias avançadas, como o sequenciamento de RNA de célula única, os pesquisadores identificaram as mudanças específicas nas subpopulações de neutrófilos associadas à modulação pelo nervo esplâncnico. Esses achados ressaltam o potencial desse nervo como alvo para futuras terapias personalizadas no tratamento da sepse. “Essa descoberta desafia o conceito tradicional de regulação generalizada pelo sistema nervoso. Mostramos que o nervo esplâncnico maior atua como um ‘potenciômetro’, ajustando de forma precisa a resposta imune no local da infecção. Isso pode abrir caminho para terapias personalizadas que maximizem a eficácia da resposta imune e minimizem danos colaterais”, explica o professor Steiner, coordenador do Laboratório de Neuroimunologia da Sepse do Departamento de Imunologia do ICB-USP. “Hoje, exames como análises ômicas e expressão gênica levam semanas para serem concluídos, o que é incompatível com a dinâmica da sepse, que pode mudar drasticamente em poucas horas. Precisamos de métodos que forneçam resultados em tempo real, utilizando biomarcadores rápidos e sistemas automatizados de análise”, reforça Steiner. Desde o início do projeto, a equipe liderada pelo professor Steiner tem avançado na compreensão da sepse. Entre os destaques, está a descoberta de um eixo de comunicação entre o baço e o fígado, mediado pelo leucotrieno B4 (LTB4). Essa molécula age como um mensageiro químico, ajudando o baço a enviar sinais ao fígado para regular a intensidade da inflamação, um mecanismo essencial para coordenar a resposta inflamatória sistêmica. Esses avanços culminaram na identificação do papel seletivo do nervo esplâncnico maior na modulação de respostas imunológicas específicas. “Entender como órgãos diferentes interagem para controlar a inflamação sistêmica amplia nosso conhecimento sobre a sepse e pode abrir novas perspectivas para o tratamento de outras condições inflamatórias graves”, conclui Steiner. ATENDIMENTO À IMPRENSA |
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