Presidente ucraniano afirma que não fará concessões territoriais

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 21/02/2022 22:47
Foto Reprodução
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 O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez novo pronunciamento à nação na noite desta segunda-feira (21/2). O líder ucraniano acusou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de “violação da soberania e integridade territorial” ao reconhecer a independência das regiões separatistas Donetsk e Luhansk.

Zelensky afirmou que espera, dos aliados de seu país, “medidas claras e eficazes” contra a Rússia. O presidente afirmou que Putin está arruinando as negociações de paz e descartou fazer qualquer concessão territorial.

 

O líder ucraniano afirma que seu país está comprometido com a paz e a diplomacia e que a Ucrânia “não tem medo de nada, nem de ninguém”. Zelensky solicitou cúpula de emergência com líderes franceses, alemães e russos.

Em cerimônia televisionada pelo governo russo, mais cedo nesta segunda, Putin, anunciou a decisão de reconhecer como independentes regiões do país vizinho onde há lutas separatistas.

Teatro de guerra

Antes do reconhecimento, Putin também fez um pronunciamento com duras críticas à Ucrânia e uma ameaça de invasão cada vez mais clara. O presidente russo deu a entender que precisa agir para evitar que os Estados Unidos façam da região um “teatro de guerra

“É importante entender que a Ucrânia nunca teve uma tradição consistente de ser uma nação de verdade”, provocou Putin. “Vamos começar com o fato de que a Ucrânia moderna foi inteiramente criada pela Rússia, mais precisamente pelos bolcheviques, a Rússia comunista. Esse processo começou quase imediatamente após a revolução de 1917 [revolução comunista na Rússia, que criou a União Soviética e tinha o território ucraniano como parte]”, continuou ele, que acusou o atual governo ucraniano de se comportar como uma “marionete dos EUA”.

No mesmo dia, Putin também assinou decretos que autorizam o envio de militares em “missão de paz” para “garantir a segurança” em Donetsk e Luhansk.

Mau presságio

“Isso é claramente uma violação do direito internacional. É uma violação, uma violação flagrante da soberania e integridade da Ucrânia”, disse o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. “É ainda mais uma indicação de que as coisas estão indo na direção errada na Ucrânia”, disse Boris Johnson, que chamou o ato de Putin de “mau presságio” e de “sinal muito sombrio”.

Usando termos ainda mais duros, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), general Jens Stoltenberg, divulgou comunicado condenando o reconhecimento das regiões de Luhansk e Donetsk como repúblicas independentes.

“Condeno a decisão da Rússia de reconhecer as autoproclamadas ‘República Popular de Donetsk’ e ‘República Popular de Luhansk’. Isso prejudica ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, corrói os esforços para a resolução do conflito e viola o Acordo de Minsk, do qual a Rússia é parte”, disse Stoltenberg, referindo-se a um acordo diplomático.

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