O Cruzeiro caiu.
Na última rodada do Brasileirão, os olhos de milhões de torcedores cruzeirense estavam no Mineirão. Ou ouvidos, no radinho. Contra o Palmeiras, o time precisava da vitória, mas sozinha ela não era suficiente. Era preciso ouvir o grito de gol botafoguense no Estádio Nilton Santos. 448 kilometros uniam o fio de esperança.
A condição para a felicidade celeste era o desespero do Ceará. Não deu. A primeira condição para a salvação era a vitória, mas foi o Palmeiras quem venceu. 2 a 0, gols de Zé Rafael e Dudu. Por conta da lamentável atitude dos torcedores, o jogo sequer precisou acabar para o fim chegar.
Com uma campanha de 7 vitórias, 15 empates e 16 derrotas, 27 gols pró e 45 contra, o Cruzeiro foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.
GOL: Zé Rafael e Dudu
CRUZEIRO: Fábio; Orejuela (Weverton), Léo, Cacá e Dodô; Henrique, Éderson e Jadson; Marquinhos Gabriel, Ezequiel (Sassá) e Pedro Rocha (Maurício) Técnico: Adílson Batista
PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha, Luan, Antonio Carlos e Diego Barbosa; Matheus Fernandes, Bruno Henrique e Lucas Lima; Raphael Veiga (Willian), Zé Rafael (Gabriel Verón) e Dudu Técnico: Andrey Lopes
Estádio do Mineirão
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
No primeiro tempo, o Palmeiras deu 4 chutes, 2 em direção ao gol. O Cruzeiro chutou 2 vezes, mas nenhuma foi na direção da meta de Weverton.
Com o gol que rebaixou o Cruzeiro, Zé Rafael chegou a 7 em 39 jogos. Assim ele fechou a conta de sua primeira temporada no Palmeiras.
Para uma decisão, como era a ocasião, é sempre bom contar com força máxima. Entretanto, o Cruzeiro estava longe de assim estar.
Edilson, Egídio e Ariel Cabral estavam suspensos. Robinho, Dedé e Rodriguinho, lesionados. Thiago Neves foi afastado por Zezé Perrella, presidente do conselho deliberativo.
Os primeiros minutos pesaram para o Cruzeiro. Solto, o Palmeiras dominou o gramado e trocava passes com calma e velocidade. Não demorou mais de um minuto para criar a primeira chance de gol, que foi do próprio zagueiro cruzeirense Léo.
Aos 15 minutos, Zé Rafael recebeu em profundidade pela direita, entrou na área e bateu cruzado, rasteiro. Fábio fez grande defesa.
No primeiro lance, Léo recua de cabeça, quase faz ‘golaço‘ contra, e Fábio salva
Se no Mineirão nada de bom acontecia para o Cruzeiro, a torcida fez a festa pelo que aconteceu no Rio de Janeiro.
Com 39 do primeiro tempo, os milhares de radinhos anunciaram nos ouvidos da torcida: gol do Botafogo. Agora a Raposa dependia só dela. Se isso é bom ou ruim, é outra história.
Torcida do Cruzeiro vai ao delírio no Mineirão e comemora gol do Botafogo contra o Ceará
O Cruzeiro precisava mudar. Voltando do intervalo, veio Sassá no lugar de Ezequiel. Pouco depois, Weverton substituiu o lesionado Orejuela.
Com oito da etapa final, Sassá recebeu cruzamento de Dodô e cabeceou com perigo, mas Weverton defendeu. Aos 11, Marquinhos Gabriel chegou pela direita e entrou na área com perigo, mas seu chute foi travado.
Parecia que ia dar certo. Não deu. No contra-ataque, o Palmeiras foi implacável. Após lançamento longo, Cacá disputou a bola com Dudu, afastou mal e ela ficou com o camisa 7 na ponta esquerda. De calcanhar, ele acionou Raphael Veiga, que chegava na linha de fundo. Ele recebeu e rolou para trás, de onde vinha Zé Rafael. De primeira, com a perna esquerda, bateu rasteiro no lado canhoto de Fábio. A rede balançou.
Nove minutos. Foi isso que bastou para o que parecia muito difícil se tornar impossível. No Rio de Janeiro, pênalti para o Ceará após bola na mão dentro da área. Os torcedores no Mineirão não olhavam mais para o campo. O foco era no rádio. Thiago Galhardo, gol.
Agora o Cruzeiro precisava virar o jogo e contar com mais um gol do Botafogo. Se não, seria rebaixado.
Assim que foi gol, Adílson mudou pela última vez. Saiu Pedro Rocha e entrou Maurício. Sem tanta organização ou força, o Cruzeiro se jogou ao ataque.
Faltava força. Chances reais de gol? Nenhuma. O Cruzeiro se despediu como foi em grande parte do campeonato: apático.
Dentro de campo, o time não fazia nada. Fora, a torcida protagonizava cenas lamentáveis. As arquibancadas do Mineirão viraram campo de batalha. Cadeiras sendo quebradas e jogadas em campo. O som de tiros de bala de borracha ecoavam no estádio.
Corre daqui, corre de lá. Quando o foco era fora de campo, o Palmeiras fez o segundo gol. Bruno Henrique cruzou da direita e Dudu voou. De longe, cabeceou com perfeição, no ângulo de Fábio.
Com 41 minutos, o jogo acabou. A integridade física de jogadores e torcedores estava em riscos. O árbitro parou a bola enquanto cruzeirenses invadiam o gramado. Gás lacrimogênio transformava as arquibancadas em ambiente cada vez mais hostil.
Aos 44, acabou. Jogadores correram para o vestiário e assim se encerra o Campeonato Brasileiro para Cruzeiro e Palmeiras.
Os dois times voltam a campo apenas em 2020, nos campeonatos estaduais. As datas e horários ainda serão confirmados:
Cruzeiro x Boa Esporte, 1ª rodada do Campeonato Mineiro
Ituano x Palmeiras, 1ª rodada do Campeonato Paulista
Compartilhe:
ONG SOS Rio Cuiá em parceria com GUARVI lança projeto em favor das crianças com Autismo, Microcefalia e Cardiopatia
Vendido a R$ 197, perfume de Bolsonaro esgota em seis horas na pré-venda
Operação conjunta demole quase 20 casas irregulares às margens do rio Sanhauá