NÃO ACABA NUNCA - Mercado Central segue precário com reformas sem fim desde 2006

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 13/02/2019 09:25
Várias reformas no local já foram feitas, mas nada demais para um espaço que tem potencial para se tornar um verdadeiro cartão postal da cidade
Várias reformas no local já foram feitas, mas nada demais para um espaço que tem potencial para se tornar um verdadeiro cartão postal da cidade

 Um local que poderia ser referência na cidade. O Mercado Central de João Pessoa, mesmo com o passar dos anos, permanece na inércia. Sem investimentos, muito menos intervenções significantes, o que deveria ser ponto turístico, como em outras capitais do país, não agrada os comerciantes, nem o consumidor.

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Basta chegar ao Mercado Central que logo se percebe a falta de cuidados básicos com o local. Sujeira, mau cheiro, falta de acessibilidade, insegurança e falta de iluminação. Tudo isso faz parte de um aglomerado de reclamações feitas pelos comerciantes e também pelos consumidores que ali transitam.

Reformas

Várias reformas no local já foram feitas, mas nada demais para um espaço que tem potencial para se tornar um verdadeiro cartão postal da cidade. Uma delas foi anunciada em 2012 pela Prefeitura de João Pessoa, no galpão 3 do local, sem que resolvesse de forma definitiva os problemas com a precariedade geral do ambiente.

As obras de reforma e ampliação do Mercado Central foram iniciadas pela Prefeitura de João Pessoa em 2006. Em 2012, era a primeira grande intervenção no local, que foi construído no início da década de 1940. A expectativa era que no mesmo ano todo o projeto fosse concluído, contemplando 1.207 comerciantes cadastrados pela PMJP.

Fora da pauta

Apesar de todos os defeitos apresentados, o Mercado Central não está na pauta da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). Isso porque, de acordo com o chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Liomar Santos, outros mercados que nunca passaram por reformas são priorizados pela gestão municipal.

“O que tinha previsto era justamente um estudo nos mercados mais antigos, que não sofreram nenhuma melhoria. É o caso dos de Jaguaribe, Oitizeiro, Bairro dos Estados. Quanto ao Mercado Central, este ano não existe demanda para ele”, disse.

Ainda conforme o representante da Sedurb, uma intervenção foi feita pela gestão passada, em 2012, porém, os comerciantes não obedecem o que ficou estabelecido e colocam suas estruturas comerciais na parte exterior do Mercado, congestionando a passagem e desorganizando o local.

“Na administração passada fizeram uma reforma. Todos os comerciantes ficaram abrigados em boxes espalhados pelo Mercado. Porém, eles não obedecem o que foi determinado, botam os bancos para o lado de fora e fazem uma feira livre”, destacou Liomar Santos.

Mercado
Comerciantes dizem que não gostam dos galpões porque falta estrutura, como estacionamento (Foto: Divulgação/Secom-JP/A. Franco)

A demanda também é cobrada pelos comerciantes. De acordo com Roseneide Santana, vendedora de frutas há mais de 15 anos no Mercado, a falta de estacionamento e demais problemas fizeram com que os comerciantes optassem por vender produtos na área externa.

“Aqui não tem estacionamento, os clientes reclamam muito. Perdemos uma clientela significativa. O pessoal não aguenta ficar aqui dentro [no galpão] e colocam as barracas no lado de fora, mas isso prejudica demais quem fica aqui dentro”, disse Roseneide.

Limpeza

Os comerciantes reclamam muito da falta de um cronograma fixo de limpeza. Segundo alguns deles, demora bastante entre uma faxina e outra, ocasionando problemas maiores, inclusive nas vendas, pois a situação compromete a circulação de consumidores no local.

A Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), responsável pela higienização do local, por sua vez, afirma que há uma equipe fixa de limpeza no Mercado Central, desconhecendo algumas das situações narradas pelos comerciantes e consumidores.

Futuro

Sobre a necessidade de uma reforma no local, Liomar Santos concorda que há a necessidade de uma intervenção e afirmou que é possível que seja feita em 2019. “Realmente, uma grande reforma, com uma organização maior é necessária. Acredito que nossa gestão fará algo em 2019. Em 2018, a pauta ficou nos mercados de Jaguaribe, Oitizeiro e Bairro dos Estados”, concluiu.

Exemplo a ser seguido

Em várias capitais do país, os mercados públicos são referência em organização, limpeza, e acabam se tornando pontos turísticos.

Em São Paulo, por exemplo, o ‘Mercadão’, como é popularmente conhecido, atrai turistas de todo o país, por sua variedade de produtos e, sobretudo, pela arrumação do local.

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