OMS promete ao Brasil até 14 milhões de doses de vacina contra Covid-19 a partir de fevereiro

Por Jacyara CristinaRedação Por Redação - 01/02/2021 08:56

O Ministério da Saúde anunciou, no sábado (30), que o Brasil deve receber de 10 a 14 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a covid-19 a partir de meados de fevereiro, por meio do consórcio internacional Covax Facility.

Segundo a pasta, a estimativa para o envio dos imunizantes foi recebida por meio de uma carta da aliança internacional ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS). A Covax Facility é definida como uma ação que tem o objetivo de difundir a distribuição justa e igualitária das vacinas contra a covid-19. A iniciativa define que a imunização mundial contra o novo coronavírus é uma corrida na qual "ninguém ganha até que todos ganhem".

O Ministério da Saúde anunciou, no sábado (30), que o Brasil deve receber de 10 a 14 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a covid-19 a partir de meados de fevereiro, por meio do consórcio internacional Covax Facility.

Segundo a pasta, a estimativa para o envio dos imunizantes foi recebida por meio de uma carta da aliança internacional ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS). A Covax Facility é definida como uma ação que tem o objetivo de difundir a distribuição justa e igualitária das vacinas contra a covid-19. A iniciativa define que a imunização mundial contra o novo coronavírus é uma corrida na qual "ninguém ganha até que todos ganhem".

De acordo com a OMS, atualmente há um acordo de compra de 150 milhões de doses da vacina de Oxford e da AstraZeneca e 40 milhões de doses da vacina produzida pela Pfizer e BioNTech.

Posteriormente, outros imunizantes também deverão fazer parte da aliança — a expectativa é distribuir, ao menos, 2 bilhões de doses até o fim deste ano, sendo mais da metade delas aos países mais pobres por terem dificuldades para adquirir o imunizante diretamente com os laboratórios.

As doses que o Brasil receberá por meio da aliança serão da vacina da Oxford-AstraZeneca. O imunizante teve registro emergencial das 2 milhões de doses que já chegaram ao Brasil aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na última sexta-feira (29/01), foi feito pedido de registro definitivo da vacina à agência, que informou que irá analisá-lo.

Segundo o site de notícias G1, a agência informou que a necessidade de um novo pedido de registro das vacinas enviadas pela Covax depende do local de produção e da forma de apresentação das doses.

Se essas enviadas pela Covax ao Brasil vierem do mesmo laboratório da Índia, que produziu as aprovadas emergencialmente, a agência poderá "ampliar" a autorização para uso, como ocorreu em relação a um segundo lote da Coronavac. No entanto, se forem produzidas em outro laboratório, deverão passar por um novo pedido de registro emergencial.

ACORDOS BILATERAIS
Além da Covax, o Ministério da Saúde ressalta que fez acordos com empresas para obter doses de vacinas contra o novo coronavírus. Em nota, pontua que firmou parceria diretamente com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford, por meio da Fundação Oswaldo Cruz/BioManguinhos, e com a empresa Sinovac e o Instituto Butantan para distribuição da CoronaVac.

Até este domingo (31/01), o Brasil já havia vacinado 2 milhões de pessoas. O país possui, até o momento, 12,8 milhões de doses de vacinas para enfrentar a pandemia — 10 milhões da CoronaVac e 2 milhões da Oxford-AstraZeneca.

Mas especialistas têm alertado que dificuldades relacionadas a insumos para a produção no país, em meio ao cenário de corrida mundial pela imunização, podem interromper a vacinação no Brasil por certo período.

Especialistas têm criticado o ritmo da vacinação no país.

Para eles, os números atuais de imunização no Brasil estão abaixo das expectativas e da capacidade do sistema de saúde.

"O ritmo de vacinação no país está simplesmente péssimo. Nós já deveríamos ter utilizado pelo menos todo esse primeiro lote de 6 milhões de doses da CoronaVac, do Instituto Butantan e da Sinovac", disse o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à BBC News Brasil.

Em resposta às críticas, o Ministério da Saúde alega que o plano de vacinação é dinâmico e pode sofrer ajustes necessários nas fases de distribuição das vacinas, "considerando a indicação de uso apresentada pelo fabricante, o quantitativo de doses entregues e os públicos prioritários já definidos".

A imunização em larga escala permite proteger toda a comunidade, mesmo aquelas pessoas que, por um motivo ou outro, não podem tomar as doses. Esse fenômeno é conhecido popularmente como imunidade de rebanho, embora os cientistas prefiram o termo imunidade coletiva.

Ainda não se sabe ao certo qual é a porcentagem de vacinação necessária para atingir a imunidade de rebanho contra a covid-19.

Atualmente, os cientistas calculam que essa taxa deve ficar entre 70% e 90%.

Se considerarmos que a campanha começou no Brasil há 12 dias e, de acordo com Our World Data (da Universidade de Oxford), 1,45 milhão de brasileiros receberam a primeira dose até quinta-feira (28/1), isso dá uma média de 120 mil pessoas vacinadas por dia.

Se precisarmos imunizar até 90% da população para eventualmente atingir a imunidade coletiva, no Brasil esse total corresponde a 188,5 milhões de pessoas vacinadas.

Mas, se continuarmos no ritmo atual de 94 mil doses por dia, demoraremos 1.570 dias (ou pouco mais de quatro anos) para atingir o limiar de 90%.

A epidemiologista Carla Domingues, que foi coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde por quase dez anos (2011-2019), afirma que o Brasil tem total capacidade de acelerar seu plano e vacinar um número bem maior de pessoas contra a covid-19.

"Nas campanhas de vacinação contra a gripe, que acontecem todos os anos, nós conseguimos imunizar 80 milhões de brasileiros em apenas 90 dias", compara.

Domingues acrescenta que o país tem cerca de 30 mil profissionais de saúde contratados para fazer a vacinação. "Cada um deles consegue atender de 20 a 30 pessoas por dia. Portanto, não é exagero dizer que podemos imunizar 900 mil ou até 1 milhão de indivíduos no país diariamente."

 



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